Oficina Alvares Ribeiro: uma família de impressores, editores, livreiros e papeleiros, do Porto e de Vizela (Portugal), do século XVIII ao XX

Abstract

[por] A escolha do objecto central desta dissertação de doutoramento recaiu sobre o estudo das empresas familiares dos Álvares Ribeiro (designadas aqui como OAR), naturais de Vizela e Porto, onde também se fixaram, com significativo percurso industrial tipográfico e papeleiro, durante o decurso de três séculos (1760–1935). A "Oficina Alvares Ribeiro — uma família de impressores, editores, livreiros e papeleiros, do Porto e de Vizela (Portugal), do século XVIII ao XX", percorreu três períodos políticos marcantes, desde a época Josefina (ou Pombalina) até ao salazarismo, atravessando as últimas monarquias, passando pela Primeira República (1911) e terminando em pleno Estado Novo (1926), sempre salpicados por momentos conturbados como o terramoto de 1755, as Invasões Napoleónicas de 1807–10 e as sucessivas guerras civis, desde o Vintismo (1820–23) à Regeneração (1852–68).

O plano de estudo que desenhamos centra-se num esquema tripartido que aborda: nos tomos um e dois, a introdução, a visão histórica e global da actividade empresarial da OAR (em paralelo com outros acontecimentos nacionais e estrangeiros de maior relevo), os instrumentos metodológicos utilizados e o estudo exaustivo da actividade do fundador da OAR António Álvares Ribeiro Guimarães (1731–74); no tomo três, dois estudos extra-tema mas complementares desta tese: o primeiro impressor português datado (Porto, 1497) e a primeira fábrica de gravação e fundição de caracteres em Portugal (Lisboa, 1730/2); nos tomos quatro e cinco, as conclusões, as fontes e a bibliografia, um glossário e o índice de autores nas obras impressas pela OAR.

Esta tese é o primeiro estudo intenso de uma estrutura familiar da indústria tipográfica e papeleira em Portugal entre os séculos XVIII e XX, resultando em quatro gerações durante 175 anos de actividade ininterrupta ao longo de três séculos, 98 anos de actividade de impressão, 146 anos de actividade papeleira das três fábricas de papel e mais de uma dezena de instalações diferentes em duas cidades.

[spa] La selección del objeto de esta tesis doctoral recae en el estudio de las empresas familiares de los Álvares Ribeiro (en adelante OAR), naturales de Vizela y de Oporto, donde también se asentaron, con un importante recorrido tipográfico e industrial del papel, a lo largo de tres siglos (1760–1935). "Oficina Alvares Ribeiro — una familia de impresores, editores, libreros y papeleros, de Oporto y de Vizela (Portugal), del siglo XVIII al XX", atravesó tres periodos políticos importantes, desde la era Josefina (o Pombalina) hasta el salazarismo, pasando por las últimas monarquías, pasando por la Primera República (1911) y terminando en pleno Estado Novo (1926), siempre jalonados por momentos convulsos como el terremoto de 1755, las invasiones napoleónicas de 1807–10 y las sucesivas guerras civiles, desde el Vintismo (1820–23) a la Regeneración (1852–68).

El plan de estudios que diseñamos se enfoca en un esquema tripartito que aborda: en los tomos uno y dos, la introducción, la visión histórica y global de la actividad empresarial de la OAR (en paralelo con otros acontecimientos nacionales y extranjeros más importantes), los instrumentos metodológicos utilizados y el estudio exhaustivo de la actividad del fundador de la OAR António Álvares Ribeiro Guimarães (1731–74); en el tomo tres, dos estudios extratemáticos que complementan esta tesis — el primer impresor portugués datado (Oporto, 1497) y la primera fábrica de grabado y fundición de letras de Portugal (Lisboa,1730/2); en los tomos cuatro y cinco, las conclusiones, las fuentes y la bibliografía, un glosario y el índice de autores de las obras impresas por la OAR. Esta tesis es el primer estudio intenso de una estructura familiar de la industria tipográfica y papelera en Portugal entre los siglos XVIII y XX que resulta en cuatro generaciones durante 175 años de actividad ininterrumpida a lo largo de tres siglos, 98 años de actividad de impresión, 146 años de actividad papelera en las tres papeleras y más de una docena de instalaciones diferentes en dos ciudades.

[eng] The central aim of this doctoral dissertation is to study the family businesses of the Alvares Ribeiro family (referred to here as OAR), originating from Vizela and Porto, where they also settled, with an important typographic and papermaking industrial background, over the course of three centuries (1760-1935). "Oficina Alvares Ribeiro - a family firm of printers, publishers, booksellers and papermakers from Porto and Vizela (Portugal), from the 18th to 20th centuries", existed through three remarkable political periods, from the Josephine (or Pombaline) era to Salazarism, through the final monarchies and the First Republic (1911), and ending in the Estado Novo (1926), sprinkled as they were with significant events such as the earthquake of 1755, the Napoleonic Invasions of 1807-10 and the successive civil wars, from Vintism (1820-23) to the period of the Regeneration of the Monarchy (1852-68).

The study plan that we have drawn up is centred on a tripartite scheme that covers: in volumes one and two, an introduction, the historical and global vision of the business activity of the OAR (in parallel with other national and foreign events of great significance), the methodological instruments used and an exhaustive study of the life and work of the founder of the OAR, António Álvares Ribeiro Guimarães (1731-74); in volume three, two extra-thematic studies but complementary to this thesis: the first dated Portuguese printer (Oporto, 1497) and the first publisher and character foundry in Portugal (Lisbon, 1730-2); in volumes four and five, our conclusions, sources and bibliography, a glossary and the index of authors in the works printed by the OAR.

This thesis is the first intensive study of a Portuguese dynasty of printers and papermakers between the 18th and 20th centuries, covering four generations over 175 years of uninterrupted activity during three centuries, 98 years of printing activity, 146 years of papermaking from three paper mills and more than a dozen different facilities in two cities.